Cauê em mayurasana |
Através de auto-superação (tapas), análise e estudo de si mesmo e do mundo que nos cerca (swádhyáya), e a entrega total de nossos atos (Íshvara pranidána), ou seja, não esperar nada em troca de qualquer coisa que façamos, adquirimos cada vez mais clareza para explorarmos a realidade e nos conectarmos com nossa própria natureza, possibilitando o discernimento do eterno e imutável Percebedor, dos fenômenos efêmeros que estão sujeitos a mudanças, aumentando, canalizando e direcionando nossas energias.
O Yoga é algo a ser experimentado através de uma prática bem estruturada (sádhana), sob orientação de um professor. Uma de suas fundamentações principais é o Sâmkhya, a escola ou ponto de vista (dárshana) mais antiga do hinduísmo, que discrimina a hierarquia dos diferentes níveis de manifestação da realidade (Tattvas), e no Yoga sutra, a primeira sistematização metodológica escrita ou compilada pelo célebre Patañjali, provavelmente no séc. II d.c.
“ A mente, que é sujeita a mudança, e o Percebedor, que não é, estão próximos, mas são de caráter distinto. Quando a mente esta direcionada para o exterior e interage mecanicamente com os objetos, há prazer ou dor. Entretanto, quando, no momento apropriado, uma pessoa passa a questionar a própria natureza do vínculo entre o Percebedor e a percepção, a mente se desconecta dos objetos externos e nela surge a compreensão do Percebedor como tal”.
(Yoga sutra, 3:35)
É a partir dessa introspecção que nos auto-realizamos e avançamos em direção à percepção pura.
Este texto foi publicado originalmente no blog do Jardim de Om.
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CAUÊ REIS
Sua paixão pelas culturas e tradições do passado – como o xamanismo e a mitologia – o levou a entrar em contato com o universo do Yoga em 2005. Essa descoberta teve um impacto profundo em sua vida, e desde então vem cultivando essa cultura milenar, dedicando-se ao aperfeiçoamento de seu sadhana através do Hatha-Yoga. Praticou e estudou com diferentes professores, destacando-se Fabiano Filardo e Pedro de Melo Franco. Propõe uma prática balanceada utilizando técnicas antigas e contemporâneas, que podem ser adaptadas para qualquer praticante. Utiliza também vivências sensoriais que enfatizam o poder do som como veículo de liberação e meditação, o didjeridoo por exemplo, é um instrumento que evoca nossa ancestralidade e traz nossa percepção para o momento presente.
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